Balneários lotados aumentam as chances de afogamentos durante o período das férias escolares; saiba como agir corretamente em situações de emergência envolvendo crianças
Durante o mês de julho, as praias, lagos e rios do Tocantins são os destinos mais procurados pela população em busca de lazer e para se aliviar do calor desta época do ano. E com o aumento no número de frequentadores destes locais, os riscos de afogamentos também crescem. Saber como reconhecer e agir em situações de emergência pode salvar vidas, tanto a própria, como a dos outros.
Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde, todos os anos 372 mil pessoas morrem afogadas, sendo cerca de 5.700 apenas no Brasil. E, mundialmente, as crianças entre 1 e 9 anos de idade estão entre as principais vítimas.
Além disso, de acordo com a Sobrasa – Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, a taxa de mortalidade entre pessoas do sexo masculino, na faixa etária dos 15 a 21 anos, é 17 vezes maior que do sexo feminino.
Falta de atenção em relação às crianças, que podem se afastar e acabar em águas profundas, o consumo de bebidas alcoólicas, que reduz a capacidade de reação, além da falta de habilidade em natação e a exposição às correntezas e correntes de retorno estão entre as principais causas e fatores causadores dos afogamentos.
O que fazer em casos de afogamento
Ao notar uma pessoa se afogando é preciso chamar ajuda profissional o mais rápido possível, segundo explica a bombeira civil Carllyane Valentin. “É importante ressaltar que pessoas sem treinamento em salvamento aquático podem se afogar ao tentar ajudar quem está se afogando, principalmente se a vítima for um adulto”, destaca.
Outra opção é jogar algum objeto que flutue, como uma boia ou um galão vazio. “Se a pessoa estiver perto da margem, use um objeto longo, como um galho ou uma corda, para puxá-la para fora da água. Manter a calma é essencial para agir de forma eficiente”, completa Carllyane.
Leve a vítima para a UPA ou PAI, mesmo que pareça estar bem
Após retirar a pessoa da água, é necessário procurar ajuda médica na UPA – Unidade de Pronto Atendimento ou no PAI – Pronto Atendimento Infantil.
De acordo com a Dra. Jullyanna Alves, médica e diretora técnica da UPA de Araguaína, uma vítima de afogamento deve ser direcionada a uma unidade de urgência e emergência mesmo que pareça estar bem, pois afogamentos podem causar problemas internos que não são visíveis de imediato.
“A água pode entrar nos pulmões e causar dificuldades respiratórias, infecções ou pneumonia. O esforço intenso e a falta de oxigênio podem afetar o coração, causando arritmias ou até paradas cardíacas. E a falta de oxigênio durante o afogamento também pode causar danos ao cérebro e ao sistema nervoso. Em alguns casos, problemas respiratórios podem surgir horas depois do incidente, devido à irritação ou inflamação dos pulmões”, explica a médica.
Dicas de segurança
Para evitar acidentes, alguns comportamentos de segurança devem ser adotados. Confira alguns deles:
– Mantenha as crianças sempre sob vigilância e, quando estiverem na água, com a supervisão de um adulto;
– Coloque boias e coletes salva-vidas nas crianças;
– Evite a ingestão de bebidas alcoólicas antes de ir para a água;
– Evite comer muito e, em seguida, nadar, pois pode haver risco de congestão.